quinta-feira, 11 de julho de 2019

Arquétipos - A ciranda das deusas - Capítulo 2 - Perséfone

"Você já viu a Morte, Harry? Somente quem já viu a morte consegue ver os testrálios" - assim dizia Luna Lovegood em Harry Potter e a Ordem da Fênix - ( J. K. Rowling - escritora e diva)

Capítulo 2 - Perséfone vai ao baile, vestida de Primavera.

Luna chega à grande mansão. Há testrálios no jardim. Há um pouco de bagunça no ambiente. Esse jardim já foi mais bonito... Parece que um bando de dragões passou por aqui, desfolhando tudo. Há galhos e árvores caídas por toda parte. Há também criaturas invisíveis, habitantes das mentes perturbadas dessa casa. Elas voam ao redor das cabeças dos seus donos. Mas, eles não podem ver.

Luna tem boa intuição. Ela se faz de tola para não se dar a conhecer. Tem uma conexão muito forte com o Invisível, mas prefere manter isso em segredo. Para que mostrar o que ninguém quer ver...

Luna é a encarnação perfeita de Perséfone. A deusa dos mistérios. A bela jovem eterna que esconde uma profunda dor, também eterna. Aquela que foi levada ao inferno e sobreviveu. Raptada, teve sua inocência interrompida pelo tenebroso Hades. Seu hálito é de alecrim, seus cabelos e olhos são de mel. Quando ela passa, as flores se abrem, também se abrem os olhos e os sorrisos...tudo que ainda tem luz brilha em sua presença. Ela é capaz de acender o Sol depois de uma noite gelada.


Perséfone entra no salão e uma valsa alegre começa a tocar. É a primavera.
As mulheres maduras abrem espaço para as donzelas e fazem um grande círculo de proteção ao redor delas. Jovens e barulhentas adolescentes dão as mãos e dançam alegremente. Dispensam os homens, que ficam de fora da roda olhando. Admirando. Sem poder se aproximar. Não é seu tempo. É a hora delas.



Perséfone baila sozinha no meio da roda e de seu vestido saem pequenas estrelas que iluminam ainda mais o salão. Em torno dela, uma roda de meninas gira em ciranda. As mulheres estão no circulo maior e marcam o passo da valsa. Vistas de cima, formam um imenso caracol colorido.



Passou a chuva. Ainda está tudo meio caótico. Nada permanece igual após uma valsa com Hécate. Mas, a alegria das meninas enche o coração de todos de esperança. Ninguém mais se lembra da dor. Uma fênix renasce das cinzas do jardim e voa em direção ao infinito. Ninguém repara. Luna vê com o canto do olho e sorri discretamente.

As meninas cantam. As mulheres batem palmas.
Sobrevivemos ao caos.
Conquistamos a Força.
Criamos Coragem.
Renovamos a Esperança.
Estamos prontas para mais uma dança.

Nota: as fotos foram copiadas de pesquisas no google image.

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