Foi difícil para ela aceitar o convite, porque precisava cuidar das crianças que são muitas. Mas, aceitou porque soube que Perséfone estaria lá e ela tinha muitas saudades da sua filha.
Deméter não tem um vestido de baile e seus cabelos estão bagunçados.
- São as crianças - ela diz. - Estou sem tempo - Comenta sorrindo.
Ela é linda assim mesmo, com seu cabelo desgrenhado e sua roupa amassada.
Afrodite lhe empresta um vestido e penteia seus cabelos. Deméter está deslumbrante. Ela vai só observar. Precisa voltar cedo. Tem que cuidar da plantação.
Ela chega discretamente. Não quer ser anunciada e não pede uma música para si.
Ela entra no exato instante em que a ciranda começa. Perséfone no meio, as meninas em volta e as mulheres no círculo maior. A música é alegre. Deméter chora.
Ela não está triste, mas emocionada. A maior alegria de uma mãe é ver seus filhos felizes. Perséfone dança como se não houvesse amanhã. Como se não existisse o Hades e o tormento da prisão. O salão brilha. Todos estão alegres.
Deméter observa as suas meninas. Estende os seus braços de proteção materna. Pronuncia algumas palavras e canta baixinho.....
Honra teu pai e tua mãe...
Uma brisa leve agita o jardim e espalha pólen para todo lado. Ninguém vê, mas nesse instante milhares de flores são fecundadas. São o prenúncio dos frutos que logo iremos colher.
Deméter permanece observando discreta. Está a postos, para quem precisar.
Nota: Procurando referências, achei esse texto bastante interessante: Deméter