No chão, a areia é fina como farinha. Conchinhas arranham meus pés.
Não tenho caminho, nem destino. Só a vontade de caminhar.
Morro de Amores
O sossego mora aqui.
Não há tempo para a pressa. Não há vagas para a ansiedade. O deprimido perdeu o último catamarã.
Observo o mundo à miha volta: Uma moça medita no mirante. Um pescador joga sua rede. Um idoso Frei reza pela Vida.
Morro de Paz
Um peixe pulou fora d'água só para me avisar: Você veio aqui descansar!
Até a rede social é lenta. Rede aqui? Só para pescar. Mas, eu prefiro peixe vivo.
Morro de Alegria
O silêncio é quebrado pela conversa dos pássaros e pelo motor dos barcos. Cantos belos e estranhos, misturados numa atmosfera verde. Quente. Quieta.
Morro de Preguiça
A Paz se mudou para cá, verão desses. Veio de mala e cuia. Trouxe o marido, Sossego e a filha Confiança. Aqui, a família cresceu. Meditação, Contemplação e Preservação cresceram juntas, morenas e nuas nessas areias sem fim.
Mas, um dia. A Sombra veio passar férias aqui. Não a sombra das árvores, mas a sombra do mal. A Sombra dos homens. Filha do Sinistro e da Violência. Do Desmatamento e da Devastação.
Morro de Tristeza
Hoje a Paz luta para sobreviver. Entre garrafas pet e conchinhas. Entre latas e peixinhos. Entre drogas e armas. Entre pontas de cigarros e incêndios criminosos. Entre copos e mentes vazias. A Beleza ainda mora aqui. Mas, até quando?
Raízes de árvores sustentam os muros de uma história perdida. Guias locais ainda nos lembram: Aqui jaz o Passado sombrio, pai de um Presente devastador, avô de um Futuro incerto.
Que a areia fina dessas praias se sujem somente de algas e folhas.
Que haja peixe e ostra. Frutas e frutos.
Que haja Paz e Contemplação.
Que o Sol e a Lua abençoem Morro.
Morro de São Paulo
Preserve o Belo.
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